SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.10 número1Prevalencia del síndrome de Burnout en residentes de especialidades médicas índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

Links relacionados

  • En proceso de indezaciónCitado por Google
  • No hay articulos similaresSimilares en SciELO
  • En proceso de indezaciónSimilares en Google

Compartir


Revista Cuidarte

versión impresa ISSN 2216-0973versión On-line ISSN 2346-3414

Rev Cuid vol.10 no.1 Bucaramanga ene./abr. 2019  Epub 04-Nov-2019

https://doi.org/10.15649/cuidarte.v10i1.697 

EDITORIAL

Apoio social focado em pessoas com diabetes: uma necessidade a partir da enfermagem

Claudia Milena Garizábalo Dávila1 
http://orcid.org/0000-0001-9470-8162

Alba Luz Rodríguez Acelas2 
http://orcid.org/0000-0002-7384-3522

Wilson Cañon Montañez3 
http://orcid.org/0000-0003-0729-5342

1Universidad de Antioquia, Medellín, Colombia. Autor de correspondencia: E-mail: claudiamilena1310@outlook.com

2Universidad de Antioquia, Medellín, Colombia. E-mail: aluz.rodriguez@udea.edu.co

3Universidad de Antioquia, Medellín, Colombia. E-mail: wilson.canon@udea.edu.co


A diabetes mellitus (DM) é considerada uma das emergências sanitárias mundiais do século XXI, e assim sendo, ela representa um assunto de grande preocupação para a comunidade acadêmica. De acordo com vários estudos, a prevalência de DM está aumentando consideravelmente no mundo inteiro, por conta do aumento de fatores de risco como o sobrepeso, a obesidade e a falta de atividade física. Estima-se que se esses fatores de risco continuam aumentando aproximadamente 693 milhões de pessoas sofrerão DM para 20451.

A DM impacta de forma direta aqueles que sofrem a doença nos diferentes âmbitos da sua vida e é associada a múltiplas alterações físicas, psicológicas e sociais; causando uma grande carga econômica para as pessoas, as famílias e para o sistema de saúde, devido ao uso incrementado dos serviços, a perda de produtividade e as múltiplas complicações no longo prazo2.

Sob essa lógica, estão presentes situações adversas como o estado funcional deficiente, hospitalizações desnecessárias, eventos adversos de medicamentos, sintomas persistentes, assessorias contraditórias por parte de profissionais da saúde e até mesmo o óbito3.

No que tange ao desempenho familiar, as pessoas com DM apresentam dificuldades para atender sua função dentro da família, sua família experimenta novas responsabilidades, com a emergência da figura de um cuidador que assume um compromisso compartilhado; enquanto o profissional de enfermagem adquire um desafio para inovar na prática e nas instituições de saúde como uma necessidade de promover espaços para o desenvolvimento de intervenções inovadoras4.

Nesse contexto, o profissional de enfermagem tem desenvolvido na sua prática o papel fundamental que cumpre na vida das pessoas com DM. No entanto, o contexto histórico está enquadrado em uma visão de mundo reativa, onde prevalece a objetividade, o instrumentalismo, o pensamento lineal, esboçando na prática da enfermagem um paradigma mecanicista, um cuidado fracionado, limitado e desprovido de uma abordagem holística que incapacita as pessoas com DM para fizerem ações por se próprias visando atingir saúde ou bem-estar. As intervenções estão focadas na aderência aos medicamentos, hábitos alimentares, cuidados da pele, atividade física e ao uso de serviços de saúde e controle de parâmetros metabólicos como: hemoglobina glicosilada, colesterol, triglicérides e lipoproteínas de alta densidade.

O apoio social é uma experiência multifacetada que envolve associações voluntárias e relações formais (onde estão inseridos os profissionais da saúde) e informais com outros5. As intervenções de apoio social abrangem o apoio emocional, que permite oferecer cuidado, empatia, amor e confiança à pessoa que está sendo cuidada, tudo no intuito de aliviar a incerteza, ansiedade, estresse, desesperança e depressão; o apoio instrumental permite a provisão de cuidado físico, o transporte, a assistência no lar, a provisão de dinheiro; e o apoio informativo reconhece a transmissão de informação voltada para o aprimoramento da saúde (Tabela 1).

Tabela 1 Tipos de apoio social que pode ser oferecido a pessoas com diabetes 

Categorias y elementos de apoio social
Apoio instrumental
■ Cuidado físico
■ Meio de transporte
■ Assistência no lar
■Provisão de dinheiro
Soporte emocional
■Cuidado
■ Empatia
■ Amor
■ Confiança
■ Afeto
■ Companhia
■ Escuta
Apoio informacional
■ Transmissão de informação
■ Educação

Estudos prévios evidenciaram que o apoio social é um componente importante para atingir o controle glicémico, melhorar os resultados relacionados com a saúde (clínicos e de estilos de vida saudável), redução da sintomatologia psicossocial, melhorar a tomada de decisões, a motivação no cuidado da saúde e na qualidade de vida em termos gerais. Os achados sugerem que a inclusão de membros da família nas intervenções de enfermagem, podem fornecer apoio emocional e psicológico aos pacientes na compreensão da DM e ajudar a desenvolver comportamentos saudáveis na família. Igualmente, aponta-se que os profissionais de enfermagem deveriam reconsiderar o apoio social como uma intervenção de enfermagem, onde promove-se o uso de redes sociais de apoio6-8.

Desta maneira, os profissionais da enfermagem têm uma função fundamental no desenvolvimento de práticas inovadoras para o manejo da DM, visando melhorar os resultados de saúde, reduzir a sobrecarga nos cuidadores e no sistema de saúde. Por tanto, surge a necessidade de uma prática de enfermagem nesse contexto, com uma visão mais ampla, que inclua as pessoas de forma holística, com um protagonismo e empoderamento de câmbio, capazes de autocontrolar sua saúde, envolvendo a sua família e rede social nessa experiência de vida.

REFERÊNCIAS

1. NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC). Worldwide trends in diabetes since 1980: a pooled analysis of 751 population-based studies with 4.4 million participants. Lancet. 2016; 387(10027): 1513-30. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(16)00618-8Links ]

2. Caicedo DC, Duarte CA, González KA, Gualdrón EL, Guamán RL, Igua DM, et al. Factores no farmacológicos asociados al control de la diabetes mellitus tipo 2. Medicas UIS. 2012; 25(1): 29-43. [ Links ]

3. Grey M, Schulman-Green D, Knafl K, Reynolds NR. A revised Self- and Family Management Framework. Nurs Outlook. 2015; 63(2): 162-70. http://dx.doi.org/10.1016/j.outlook.2014.10.003Links ]

4. Grady PA, Gough LL. Self-Management: A Comprehensive Approach to Management of Chronic Conditions. Am J Public Health. 2014; 104(8): e25-31. http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302041Links ]

5. Castro-Cornejo M de L, Rico-Herrera L, Padilla-Raygoza N. Efecto del apoyo educativo para la adherencia al tratamiento en pacientes con diabetes tipo 2: un estudio experimental. Enferm Clin. 2014; 24(3): 162-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.enfcli.2013.11.004Links ]

6. Song Y, Song HJ, Han HR, Park SY, Nam S, Kim MT. Unmet needs for social support and effects on diabetes self-care activities in Korean Americans with type 2 diabetes. Diabetes Educ. 2012; 38(1): 77-85. http://dx.doi.org/ 10.1177/0145721711432456Links ]

7. Rosland AM, Piette JD, Lyles CR, Parker MM, Moffet HH, Adler NE, et al. Social support and lifestyle vs. medical diabetes self-management in the Diabetes Study of Northern California (DISTANCE). Ann Behav Med. 2014; 48(3): 438-47. http://dx.doi.org/10.1007/s12160-014-9623-xLinks ]

8. Arteaga A, Cogollo R, Muñoz D. Apoyo social y control metabólico en la diabetes mellitus tipo 2. Rev Cuid. 2017; 8(2): 1668-76. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v8i2.405Links ]

Recebido: 7 de Dezembro de 2018; Aceito: 12 de Dezembro de 2018

Conflito de interesses: Os autores declaram que não houve conflitos de interesse.

Creative Commons License  This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution Non-Commercial License, which permits unrestricted non-commercial use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.