SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.14 issue1Mobile applications aimed at the elderly for self-management of care: scope reviewAssociation between parenting styles and the role of Peruvian adolescents in bullying, 2019 author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • On index processCited by Google
  • Have no similar articlesSimilars in SciELO
  • On index processSimilars in Google

Share


Revista Cuidarte

Print version ISSN 2216-0973On-line version ISSN 2346-3414

Rev Cuid vol.14 no.1 Bucaramanga Jan./Apr. 2023  Epub May 28, 2023

https://doi.org/10.15649/cuidarte.2634 

Research Article

Estresse percebido em mulheres com síndrome metabólica: um estudo transversal*

Perceived stress in women with metabolic syndrome: a cross-sectional study

Estrés percibido en mujeres con síndrome metabólico: un estudio transversal

Vinicius Santos-Barros1 

Wilkslam Alves-de-Araújo2 

Marcos Vinicius Santos-de-Jesus3 

Taynnan de Oliveira-Damaceno4 

Roseanne Montargil-Rocha5 

Josicélia Dumét-Fernandes6 

Randson Souza-Rosa7 

Isleide Santana Cardoso-Santo8 

1. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil. Email: vinni.vieira@hotmail.com

2. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil. Email: wilkslam@hotmail.com

3. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil. Email: marcosvinicius.santos1710@ gmail.com

4. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil. Email: dtaynnan@gmail.com

5. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil. Email: rmrocha@uesc.br

6. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil. Email: jodumet@hotmail.com

7. Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Feira de Santana, BA, Brasil. Email: enfrandson@ gmail.com

8. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil. Email: isantana@uesb.edu.br


Resumo

Introdujo:

O estresse percebido foi sugerido como um fator de risco para o desenvolvimento da Síndrome Metabólica (SM). No entanto, pouco se sabe desta associaáo entre mulheres.

Objetivo:

Avaliar o estresse percebido em mulheres com SM.

Materiais e Métodos:

Estudo transversal, a partir do recorte de um ensaio clínico náo- randomizado, com pacientes de um centro de saúde público (RBR- 43K52N). A variável de desfecho foi a SM, utilizando os critérios do NCEP/ ATPIII. Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos, bioquímicos, hemodinamicos e aplicado da PSS.

Resultados:

A amostra constituiu-se de 75 mulheres acometidas por SM (47,69±8,15 anos de idade; 155,65±0,07 cm; 82,43±17,79 kg; IMC de 33,54±7,28). Encontrou-se valores elevados de RCQ entre as mulheres estressadas e náo-estressadas. A pontuaáo média da PSS foi de 27,73±9,17. Nos agrupamentos, verificou-se diferena significativa para PSS entre as mulheres estressadas e náo-estressadas (35,24±5,22 e 20,42±5,53, respectivamente; p=0,001). Observou-se também que mulheres estressadas tinham níveis mais elevados de triglicerídeos e níveis mais baixos de HDL-c quando comparadas com mulheres náo estressadas, embora sem diferena estatística.

Discussoes:

Os achados sugerem que as mulheres categorizadas como estressadas tinham maior pontuaáo da PSS, níveis mais elevados de triglicerídeos e níveis mais baixos de HDL-c quando comparadas com mulheres náo estressadas.

Conclusoes:

A pontuaáo da PSS foi significativamente maior entre mulheres com parametros lipídicos da SM alterados, com menores níveis de HDL- e aumento de triglicerídeos.

Palavras-Chave: Síndrome Metabólica; Dislipidemias; Obesidade Abdominal; Mulheres

Abstract

Introduction:

Perceived stress has been suggested as a risk factor for the development of Metabolic Syndrome (MS). However, little is known about this association among women.

Objective:

To evaluate perceived stress in women with Metabolic Syndrome (MS).

Materials and Methods:

Cross-sectional study, based on a non-randomized clinical trial, with patients from a public health center (RBR-43K52N). The outcome variable was MS, using the NCEP/ATPIII criteria. Sociodemographic, anthropometric, biochemical, hemodynamic data and PSS application were collected.

Results:

The sample consisted of 75 women affected by MetS (47.69± 8.15 years old; 155.65±0.07 cm; 82.43±17.79 kg; BMI of 33.96±6 ,42). High WHR values were found among stressed and non-stressed women. The average PSS score was 27.73±9.17. In the groups, there was a significant difference for PSS between stressed and non-stressed women (35.24±5.22 and 20.42±5.53, respectively; p=0.001). It was also observed that stressed women had higher levels of triglycerides and lower levels of HDL-c when compared to non-stressed women, although without statistical difference.

Discussions:

The findings suggest that women categorized as stressed had higher PSS scores, higher levels of triglycerides and lower levels of HDL-c when compared to non-stressed women.

Conclusions:

the PSS score was significantly higher among women with altered MS lipid parameters, with lower levels of HDL- and increased triglycerides.

Keywords: Metabolic Syndrome; Dyslipidemias; Obesity, Abdominal; Women

Resumen

Introducción:

El estrés percibido ha sido sugerido como un factor de riesgo para el desarrollo del Síndrome Metabólico (SM). Sin embargo, poco se sabe sobre esta asociación entre las mujeres.

Objetivo:

evaluar el estrés percibido en mujeres con Síndrome Metabólico (SM).

Materiales y Métodos:

estudio transversal, basado en un ensayo clínico no aleatorizado, con pacientes de un centro de salud pública (RBR-43K52N). La variable resultada fue SM, utilizando los criterios NCEP/ ATPIII. Se recogieron datos sociodemográficos, antropométricos, bioquímicos, hemodinámicos y aplicación de PSS.

Resultados:

La muestra estuvo compuesta por 75 mujeres afectadas por SMet (47,69± 8,15 años; 155,65±0,07 cm; 82,43±17,79 kg; IMC de 33,96±6,42). Se encontraron valores altos de WHR entre mujeres estresadas y no estresadas. La puntuación media de PSS fue de 27,73±9,17. En los grupos, hubo una diferencia significativa para PSS entre mujeres estresadas y no estresadas (35,24±5,22 y 20,42±5,53, respectivamente; p=0,001). También se observó que las mujeres estresadas tenían niveles más altos de triglicéridos y niveles más bajos de HDL-c en comparación con las mujeres no estresadas, aunque sin diferencia estadística.

Discusiones:

Los hallazgos sugieren que las mujeres categorizadas como estresadas tenían puntajes PSS más altos, niveles más altos de triglicéridos y niveles más bajos de HDL-c en comparación con mujeres no estresadas.

Conclusiones:

la puntuación de PSS fue significativamente mayor entre las mujeres con parámetros lipídicos de SM alterados, con niveles de HDL más bajos y triglicéridos elevados.

Palavras-Chave: Síndrome Metabólico; Dislipidemias; Obesidad Abdominal; Mujeres

Introdujo

A síndrome metabólica (SM) é responsável por elevar o risco de doengas cardiovasculares e diabetes tipo 2. O diagnóstico da SM caracteriza-se pela presenta de pelo menos tres dos seguintes marcadores: obesidade abdominal, elevagáo da pressáo arterial, da glicemia de jejum, dos triglicerídeos e baixos níveis de lipoproteína-colesterol de alta densidade (HDL-c)1. Além desses marcadores, o estresse percebido foi sugerido como um fator de risco para o desenvolvimento da síndrome2. Geralmente, acredita-se que o sofrimento psicológico influencia diretamente na ocorrencia de resultados adversos a saúde, incluindo a SM e outras complicares de saúde.

Compreende-se o estresse como um processo de reagáo a uma demanda comportamental ou ambiental que limita a capacidade adaptativa de um individuo, resultando em alteragóes psicológicas e fisiológicas e ser um fator prognóstico para doengas e condigóes metabólicas3. O estresse percebido é altamente prevalente entre mulheres de meia-idade (entre 40-65 anos)4. As mulheres experimentam níveis de estresse percebido mais elevados do que homens, até mesmo quando se consideram os fatores demográficos e psicossociais5. Níveis mais altos de estresse em mulheres foram associados ao tabagismo, obesidade e diabetes tipo 2 e foi considerado um importante fator de risco para SM6),(2.

As mulheres experimentam nessa fase da vida diversas situagóes de estresse, que incluem acúmulo de fungóes, relacionamentos, situagáo social, aspectos financeiros e desprazeres cotidianos que podem levar a níveis mais elevados de estresse percebido7. Portanto, estudos sugerem que a reagáo a situagóes estressoras é responsável pela elevagáo dos níveis de cortisol, como também pode estimular um padráo alimentar hipercalórico e comportamento sedentário, sendo que esses fatores contribuem potencialmente para o descontrole metabólico8. Padróes alimentares pouco saudáveis sáo os principais determinantes para o aumento da adiposidade e está associada a alteragóes negativas dos marcadores da SM9.

Assim, o estudo teve como objetivos avaliar o estresse percebido em mulheres com SM.

Materiais e Método

Desenho do estudo e populado

Realizou-se estudo transversal de um projeto de pesquisa maior aprovado pelo Comite de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB, número CAAE 92352818.9.0000.0055, parecer: 2.850.239). Pacientes de um centro de saúde público na Atengáo Primária a Saúde, na zona urbana do município de Jequié (BA), foram recrutadas e avaliados entre os dia nove a 15 de abril de 2019 para avaliagáo clínica de um ensaio clínico náo-randomizado (REBEC, número RBR-43K52N). Para efeito do presente estudo as participantes eram adultas (>18 anos de idade) com diagnóstico de SM, conforme critérios do NCEP-ATP III10. Pacientes grávidas, com diabetes tipo I e comprometimento cognitivo foram excluídas do estudo. Setenta e cinco mulheres compuseram a amostra final para esta análise. Foi obtido consentimento por escrito de todas as participantes.

Procedimentos

Inicialmente, a coleta de dados foi previamente agendada com os participantes por meio de ligagáo telefónica e realizada no centro de saúde por uma equipe de pesquisadores devidamente treinada do Grupo de Pesquisa Saúde e Qualidade de Vida da UESB. O diagnóstico da SM foi realizado de acordo com os critérios e recomendares definidas pelo NCEP-ATP III (Third Report of the National Cholesterol Education Program Expert Panelon Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults )10. A presenta da síndrome foi confirmada quando tres ou mais dos seguintes marcadores clínicos estavam presentes nas mulheres: medida da circunferencia abdominal >88 cm; pressáo arterial sistólica >130 mmHg e pressao arterial diastólica >85 mmHg; triglicerídeos >150mg/dl; <50 mg/dl e glicemia de jejum >100 mg/dl. As características das participantes, como idade (em anos completos), tabagismo, consumo de álcool, inatividade física, diagnóstico de hipertensao e diabetes tipo 2 foram coletadas por meio da aplicagáo de um questionário estruturado através de entrevistas individuais.

Os parámetros antropométricos de peso (kg) e estatura (cm) foram obtidos uma única vez por um mesmo pesquisador. O peso foi medido em uma balanga digital portátil (Wiso®, modelo W801), com precisáo de 0,1kg e capacidade máxima de 180kg. A estatura foi medida com um estadiometro metálico portátil (Sanny, modelo capriche), com precisao de 0,1mm e extensao máxima de 2m. Após mensuragao dessas medidas, calculou-se o índice de massa corporal (IMC= peso (kg)/altura x altura(m2). Conforme o valor do IMC, as mulheres foram classificadas como: eutróficas (18,5-24,9 Kg/m2); sobrepesadas (25,0 29,9 kg/m2; ou obesas (>30 kg/m2)11. Para obtengáo da relagáo cintura/quadril (RCQ), a circunferencia da cintura foi aferida na menor curvatura localizada entre as costelas e a crista ilíaca e a circunferencia do quadril na extensáo de maior protuberáncia glútea, com uma fita métrica flexível e inelástica com precisáo de 0,1 cm. O ponto de corte utilizado para RCQ foi de 0,80 cm12.

A medida da pressáo arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foi realizada com um aparelho semiautomático validado e calibrado Omron, modelo HEM-742 INT (Omron Healthcare, USA) e manguitos de tamanho adequados a circunferencia do brago das mulheres avaliadas (adulto pequeno (10x24), 22 a 26 cm; adulto (13x30), 27 a 34 cm; adulto grande (16x38), 35 a 44cm). As aferigóes foram feitas com as participantes na posigáo sentada, no brago esquerdo, após repouso de dez minutos. Todas elas foram instruídas a manterem-se relaxadas, apoiados contra o encosto da cadeira, com as pernas descruzadas e pés apoiados no cháo. Para a análise bioquímica, foi coletado 4 ml de sangue venoso na veia antecubital, após jejum confirmagáo de 12 horas, em sala de coleta preparada no centro de saúde. As amostras sanguíneas foram transferidas para tubos com gel separador, sem anticoagulante, devidamente identificados e armazenados em caixa térmica, em seguida, foram transportadas até o laboratório em um período máximo de duas horas. No laboratório, o soro foi separado por centrifugagáo durante dez minutos a 3.000 rpm sob uma temperatura de 6°C. As concentragóes séricas de glicose e níveis séricos de TG e HDL-c por métodos enzimáticos (Roche Diagnostics). A presenga de diabetes foi definida quando havia diagnóstico médico ou quando a glicemia em jejum era >126 mg/dl. A presenga de hipertensáo foi definida como PAS >140 mmHg e/ou PAD >90 mmHg ou utilizagáo medicagáo anti- hipertensiva13. A diabetes foi definida quando a glicemia em jejum era > 126 mg/dl, uso hipoglicemiante oral ou de insulina14.

A Escala de Estresse Percebido (PSS) foi utilizada para avaliar o estresse, desenvolvida por Cohen, Karmarck e Mermelstein (1983), traduzida e validada por Luft (2007)15. A PSS contém 14 itens, sendo sete positivos e sete negativos. Os itens negativos avaliam a falta de controle e as reagóes afetivas negativas, enquanto os itens positivos medem a capacidade de enfrentar as situagóes estressoras. Cada item é avaliado em uma escala de cinco pontos (0 = nunca; 1= quase nunca; 2= as vezes; 3= quase sempre; 4= sempre). A pontuagáo final varia de 0 a 56, mensurando situagóes de estresse nos últimos 30 dias. As pontuagóes variaram de 0 a 56, com pontuagóes mais altas indicando níveis mais altos de estresse percebido e as pontuagóes mais baixas indicando níveis mais baixos de estresse. Nesse estudo, a pontuagáo total da PSS foi dividida em duas categorias. A pontuagáo de corte utilizada foi de >28 pontos para categoria estressada e <28 pontos para categoria náo-estressada. Esse valor de corte foi selecionado de acordo com um estudo semelhante16.

Análise estatística

Realizou-se frequéncia e estatística descritiva dos dados, foram reportados em média e desvio padrao ou mediana e quartis. A normalidade dos dados foi testada pelo Shapiro-Wilk test e o teste de Levene foi utilizado para verificar a homogeneidade das variancias. As características da amostra foram comparadas entre as mulheres estressadas e nao- estressadas usando o Teste t independente para as variáveis continuas e o Teste de Qui-quadrado para variáveis categóricas. Para avaliar a diferenga dos valores médios dos critérios da SM entre as mulheres estressadas e nao- estressadas, utilizou-se o teste t independente para medidas paramétricas e para as nao-paramétricas o teste de U de Mann-Whitney. O nível de significancia adotado foi p<0,05 e a análise estatística foi conduzida no software SPSS 22.0. O banco de dados foi armazenado no Mendeley Data17.

Resultados

A amostra constituiu-se de 75 mulheres acometidas por SM, com idade média de 47,69 anos (DP= 8,15; 155,65±0,07 cm; 82,43±17,79 kg; IMC de 33,54±7,28). Encontrou-se valores elevados de RCQ na amostra geral e nos agrupamentos por nível de estresse percebido. A média geral de estresse percebido foi de 27,73±9,17. Nos agrupamentos, verificou-se diferenga significativa nas médias dos escores de estresse percebido entre as mulheres estressadas e nao-estressadas (35,24±5,22 e 20,42±5,53, respectivamente; p=0,001). Observa-se também que houve maior prevaléncia de hipertensao (82,7%), diabetes (70,7%) e inatividade física (54,7%). As características antropométricas e fatores de risco das mulheres sao apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 Características da amostra e das mulheres agrupadas como estressadas e nao estressadas com PSS Score 28 como o valor de corte. Jequié-BA, 2020 

Características Geral Estressadas Nao-estressadas
n=37(49,3%) n=38(50,7%)
Anos de idade 47,69±69 48,35±8,95 47,05±7,35
Altura (cm) 155,65±0,07 156,14±0,07 155,18±0,07
Peso (kg) 82,43±17,79 83,18±15,73 81,69±19,78
IMC (kg/m2) 33,54±7,28 33,29±7,70 33,78±6,95
Relagao cintura quadril 0,86±0,25 0,84±0,27 0,88±0,24
Escala de estresse percebido 27,73±9,17 35,24±5,22* 20,42±5,53
Tabagismo 17(22,7%) 6(16,2%) 11(28,9%)
Consumo de álcool 34(45,3%) 15(40,5%) 19(50,0%)
Inatividade física 41(54,7%) 18(48,6%) 23(60,5%)
Hipertensao 62(82,7%) 29(78,4%) 33(86,8%)
Diabetes tipo 2 53(70,7%) 25(67,6%) 28(73,7%)

Diferengas entre os grupos com o teste Qui-Quadrado para proposes e Teste t para amostras independentes. *p=0,001

A Tabela 2 mostra os valores de PSS e componentes das SM estudados nas mulheres agrupadas como estressadas e nao estressadas, com base na pontuagao de PSS <28 como o valor de corte. Em geral, as mulheres tiveram valores alterados em todos os componentes da SM em relagao aos critérios de diagnóstico da NCEP-ATP III. Observou-se que os valores de CA, PAS, PAD e Glicemia foram similares entre os agrupamentos. Entretanto, o nível sérico de triglicerídeos foi maior no agrupamento estressadas, como também apresentaram maior diminuido de HDL-c em relagáo as mulheres da categoría náo-estressadas. Contudo, esses valores náo foram estatisticamente significativos.

Tabela 2 Componentes da SM geral e das mulheres agrupadas como estressadas e nao estressadas com PSS Score <28 como o valor de corte. Jequié-BA, 2020 

Variáveis Geral Estressadas Nao-estressadas
n=37(49,3%) n=38(50,7%) p
CA (cm) 107,29±12,83 107,30±11,75 107,29±13,96 0,998
PAS (mmHg) 136,81±21,00 137,22±20,60 136,42±21,66 0,871
PAD (mmHg) 86,72±11,04 86,35±11,20 87,07±11,03 0,778
Glicemia (mg/dl) 143,26(89,00-180,00) 143,26(87,50-199,50) 143,26(99,25-171,75) 0,945
Triglicerídeo (mg/dl) 187,00(131,00-192,00) 189,67(137,50-241,50) 160,50(119,75-189,67) 0,354
HDL-c (mg/dl) 46,03(38,00-48,00) 44,00(40,00-46,03) 46,03(38,00-53,00) 0,077

Diferengas entre os agrupamentos com teste t para amostras independentes e teste U-Mann Whitney para mediana (intervalo). CA: Circunferencia abdominal; PAS: Pressáo arterial sistólica; PAD: Pressáo arterial diastólica; HDL-c: HDL-colesterol (mg/dl).

Discussao

Nesse estudo, avaliamos o estresse percebido e os componentes da SM entre mulheres de um centro de saúde na Atengáo Primária a Saúde. As participantes, em sua maioria, eram obesas ou sobrepesadas, diabéticas, hipertensas, náo praticavam atividade física e com RCQ elevada (0,86±0,25). Foram categorizados em estressadas e náo-estressadas de acordo com pontuagáo obtida na escala de estresse percebido. Das 75 participantes, 37 (49,3%) mulheres estavam sob estresse. Os achados sugerem que as mulheres categorizadas como estressadas tinham maior pontuagáo da PSS, níveis mais elevados de triglicerídeos e níveis mais baixos de HDL-c quando comparadas com mulheres náo estressadas.

Sabe-se que a falta de atividade física aumenta as chances de acúmulo de gordura visceral em mulheres, e consequentemente, o risco de desenvolver doengas cardiovasculares18. Além disso, mulheres que vivenciaram situagóes estressantes estavam mais suscetíveis a desenvolverem hábitos náo saudáveis, como por exemplo: inatividade física e ingestáo alimentar excessivamente calórica2. Um estudo recente mostrou também uma relagáo significativa entre estresse e sintomas depressivos ou de compulsáo alimentar em mulheres19. A compulsáo alimentar é um transtorno mental comum incidente entre as mulheres, e parece aumentar a probabilidade de desenvolver marcadores específicos da SM, como a adiposidade abdominal20.

É interessante notar que cerca de 48,6% das mulheres estressadas náo praticavam atividade física, essa prevaléncia foi ainda maior entre mulheres náo-estressadas (60,5%). Em relagáo ao excesso de peso, a maioria das mulheres apresentaram sobrepeso (18,7%) ou obesidade (72%) diagnosticados pelo IMC e com circunferéncia abdominal elevada (107,29±12,83). O aumento da adiposidade abdominal foi considerado um preditor para dislipidemias e doenga cardiovascular21.

As mulheres tendem a expressar diferentes emogóes em situagóes de estresse. Por exemplo, viu-se que o enfrentamento das mulheres em relagáo ao aumento da pressáo arterial fez com que elas expressem com mais frequéncia sentimento de tristeza, ansiedade ou depressao8. Em nosso estudo, verificou-se que mulheres estressadas e nao-estressadas apresentaram alteragóes dos valores pressóricos (56,8% e 60,5%, respectivamente) e da glicemia de jejum (59,5% e 71,1%, respectivamente) e 82,7% das mulheres já tinham hipertensao e 70,7% apresentavam diabetes tipo 2. Um estudo com 1.243 adultos (67,2% mulheres), demonstrou que o estresse percebido foi associado a inatividade física, obesidade e desenvolvimento de aterosclerose22. Além disso, situagóes de estresse podem ser fator de risco potencial para hipertensao e doenga arterial coronariana20.

O estresse percebido tem sido associado a SM, por ocasionar alteragóes no controle do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, devido a inflamagao crónica ou uma interagao entre predisposigao genética e exposigao ao estresse22. Portanto, a incapacidade de um indivíduo de lidar com o estresse, ocasiona aumento da secregao de catecolaminas, aumentando os níveis de cortisol, o que por sua vez diminuem o controle do apetite e aumento da adiposidade abdominal, resultando na elevagao da pressao arterial, do acúmulo de lipídios e em resisténcia a insulina23. Assim, a exposigao ao estresse sem estratégias adequadas de enfrentamento pode configurar-se como um fator de risco potencial para SM.

É consolidado na literatura que a inflamagao induzida por estresse provoca acúmulo de gordura, promovendo alteragóes comportamentais e fisiológicas8. Mulheres estressadas apresentaram níveis significativamente mais elevados de neuropeptídeo Y (NPY) em comparagao com mulheres com baixo estresse24. O NPY tem potencial orexigénico e em situagóes de estresse estimula um padrao alimentar hipercalórico25. Demonstrou-se também que o estresse percebido mostra uma forte correlagao com o cortisol circulante, e ele, associado as catecolaminas, sao responsáveis pelo aumento do nível de glicose no sangue, e induzem resisténcia a insulina, um dos principais fatores na SM2.

Nosso estudo também mostrou que maior valor de triglicerídeos e menor nível de HDL-c eram mais comuns entre mulheres estressadas. Um estudo observou que tabagismo foi associado a baixos níveis de HDL-c, aumento dos triglicerídeos e maior circunferéncia abdominal26. Destaca-se que houve prevaléncia de 16,2% de fumantes entre as mulheres estressadas e 40,5% delas faziam consumo de álcool. Uma meta-análise verificou correlagóes entre estresse e níveis alterados dos triglicerídeos e HDL-c. Estudos indicam que a inatividade física também favorece a redugao do nível de HDL-c, o que parece sustentar nossos achados2),(27.

A dislipidemia aterogénica (HDL-C baixa, hipertrigliceridemia) normalmente precede a manifestagao clínica completa dos marcadores específicos da SM e também foi associada a resisténcia a insulina28. Diante disso, o estresse percebido também mostra correlagao com dislipidemia8. Os baixos níveis plasmáticos de HDL-C e hipertrigliceridemia estao significativamente relacionados ao infarto do miocárdio em indivíduos com SM. Assim como, o acúmulo de lipídios pode desencadear um processo inflamatório nas paredes vasculares29.

Atualmente, a SM é considerada como uma doenga deletéria, multifatorial, assintomática, relacionada a inflamagao crónica capaz de colocar o indivíduo em vulnerabilidade por agregagao de marcadores de risco cardiovasculares30. É sabido que o estilo de vida adotado pela populagao brasileira atualmente, tem contribuído significativamente com a alta prevaléncia da SM, principalmente por ser uma síndrome invisível ao cotidiano das pessoas com doengas crónicas nao transmissíveis, onde muitos desconhecem seus fatores clínicos que facilitam seu diagnóstico18. Modificagóes no estilo de vida, como hábitos alimentares mais saudáveis (por exemplo, dieta mediterránea), praticar pelo menos 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada, cessagao do tabagismo e do consumo alcoólico parecem diminuir o risco de desenvolver distúrbios relacionados a SM19.

Portanto, os achados do presente estudo realizado com 75 mulheres com SM indicam que 49,3% das participantes vivenciam situagáo de estresse, com pontuagáo da PSS significativamente maior quando comparada a outras mulheres com SM. Além disso, parece que o estresse percebido causa alteragáo dos parámetros lipídicos da SM. Considerando os resultados, as mulheres estressadas tiveram aumento dos triglicerídeos e baixo nível de HDL-c, em relagáo as mulheres da categoria náo- estressadas. Nossos resultados também sugerem que todos os fatores de risco mencionados acima devem ser considerados, de modo a (1) desenvolver programas de modificado no estilo de vida relacionados a saúde e (2) planejar mudanzas individuais e ambientais que considerem o estresse no contexto da SM, contribuindo assim para prevenir a propagado da síndrome e diminuir alteragóes dos seus marcadores.

A SM pode ser considerada como uma sindemia ou complexo sindromico, na qual uma ou mais alteragóes clínicas interagem entre si de forma sinérgica, sendo capaz de causar eventos cardiovasculares. Nessa perspectiva, sabe-se que a Atengáo Primária a Saúde se articula como um sistema de saúde que pode contribuir na prevengáo e controle da SM, uma vez que possui uma equipe interdisciplinar e multiprofissional em saúde. Sendo capaz de conduzir linhas de cuidados voltados para atengáo a saúde da pessoa com doenga cronica náo transmissível, e que pode garantir um cuidado clínico longitudinal as pessoas acometidas pela SM, visto que a SM se caracteriza como uma doenga cronica náo transmissível (DCNT) que necessita ser acompanhada periodicamente.

É importante reafirmar que a promogáo da saúde e o incentivo de mudangas de comportamentos de saúde deletérios como inatividade física, tabagismo, alcoolismo e o consumo de alimentos gordurosos sáo ferramentas terapéuticas náo farmacológicas essenciais para a redugáo da morbimortalidade ocasionada pela SM. A SM por ser considerada uma síndrome silenciosa, de difícil diagnóstico, negligenciada pelos profissionais da Atengáo Primária a Saúde, e que geralmente necessita da associagáo de outras medidas tais como a vigiláncia a saúde, bem como incremento de práticas cuidativas e educativas utilizadas na prevengáo e controle da SM.

Uma limitagáo deste estudo foi o pequeno tamanho amostral derivado de um delineamento transversal, a partir de um ensaio clínico náo-randomizado com participagáo voluntária restrita a adultos de um único centro de saúde. Portanto, os achados podem náo ser generalizáveis. As informagóes dietéticas das participantes náo foram investigadas. Contudo, nossos resultados parecem sugerir que pesquisas futuras investiguem as relagóes entre o estresse percebido e componentes específicos da SM, em especial os parámetros lipídicos.

Conclusoes

A média da pontuagáo de estresse percebido foi significativamente maior entre mulheres com parámetros lipídicos da SM alterados. O estresse percebido parece estar associado com um nível mais alto de triglicerídeos e diminuigáo do HDL-c em mulheres com SM. Os resultados deste estudo enfatizam a necessidade de implementar programas para reduzir o estresse e melhorar o estilo de vida e outros fatores de risco de mulheres com SM.

Referencias

1. Félix NDC, Nóbrega MML. Metabolic Syndrome: conceptual analysis in the nursing context. Rev. latino-am. enfermagem. 2019;27:e3154 https://doi.org/10.1590/1518-8345.3008.3154Links ]

2. Tenk J, Matrai P, Hegyi P, Rostás I, Garami A, Szabo I, et al. Perceived stress correlates with visceral obesity and lipid parameters of the metabolic syndrome: a systematic review and meta-analysis. Psychoneuroendocrinology. 2018; 95,63-73. https://doi.org/10.1016Zj.psyneuen.2018.05.014Links ]

3. Nigdelis MP, Martínez-Domínguez SJ, Goulis DG, Pérez-López FR. Effect of programmed exercise on perceived stress in middle-aged and old women: A meta-analysis of randomized trials. Maturitas. 2018; 114:1-8. https://doi.org/10.1016/j.maturitas.2018.05.004Links ]

4. Cuadros JL, Fernández-Alonso AM, Cuadros-Celorrio ÁM, Fernández-Luzón N, Guadix-Peinado MJ, del Cid-Martín N, et al. Perceived stress, insomnia and related factors in women around the menopause. Maturitas. 2012; 72 (4): 367-72. https://doi.org/10.1016/j.maturitas.2012.05.012Links ]

5. Osmanovic-Thunstrom A, Mossello E, Akerstedt T, Fratiglioni L, Wang HX. Do levels of perceived stress increase with increasing age after age 65? A population-based study. Age Ageing. 2015; 44(5):828-34. https://doi.org/10.1093/ageing/afv078Links ]

6. Albert MA, Durazo EM, Slopen N, Zaslavsky AM, Buring JE, Silva T, et al. Cumulative psychological stress and cardiovascular disease risk in middle aged and older women: Rationale, design, and baseline characteristics. American heart journal. 2017. 1; 192:1-2. https://doi.org/10.1016/j.ahj.2017.06.012Links ]

7. Martínez-Toda I, Miguélez L, Siboni L, Vida C, De la Fuente M. High perceived stress in women is linked to oxidation, inflammation and immunosenescence. Biogerontology. 2019; 20(6):823-835. https://doi.org/10.1007/s10522-019-09829-yLinks ]

8. Kuo Wan-chin, Bratzke LC, Oakley LD, Kuo F, Wang H, Brown RL. The association between psychological stress and metabolic syndrome: A systematic review and meta-analysis. Obes Rev. 2019. 20 (11): 1651-1664. https://doi.org/10.1111/br.12915Links ]

9. Khaled K, Tsofliou F, Hundley V, Helmreich R, Almilaji O. Perceived stress and diet quality in women of reproductive age: a systematic review and meta-analysis. Nutr J. 2020. 28;19(1):92. https://doi.org/10.1186/s12937-020-00609-wLinks ]

10. Grundy SM, Cleeman JI, Daniels SR, Donato KA, Eckel RH, Franklin BA, et al. Diagnosis and management of the metabolic syndrome. Circulation. 2005;112(17):2735-2752. https://doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.105.169404Links ]

11 DiretrizesBrasileiras de Obesidade. Associagáo Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica - ABESO. Diretrizes brasileiras de obesidade 2016. 4. ed. Sao Paulo. 2016. https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2019/12/Diretrizes-Download-Diretrizes-Brasileiras-de-Obesidade-2016.pdfLinks ]

12. Pereira RA. Avaliagáo Antropométrica do Estado Nutricional. In: Sichieri R. Epidemiologia da Obesidade. Rio de Janeiro: Ed. UERJ; 1998, p. 43-64. [ Links ]

13. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Sociedade Brasileira de Hipertensáo. Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes brasileiras de hipertensáo. Arq Bras Cardiol. 2010; 95(S1):1-51. http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretrizhipertensaoassociados.pdfLinks ]

14. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2013-2014. In: Oliveira JEP, Vencio S, organizadores. Sao Paulo: AC Farmacéutica; 2014. [ Links ]

15. Luft CB, Sanches SO, Mazo GZ, Andrade A. Brazilian version of the Perceived Stress Scale: translation and validation for the elderly. Rev Saúde Pública. 2007; 41(4):606-15 https://doi.org/10.1590/s0034-89102007000400015Links ]

16. Walvekar SS, Ambekar JG, Devaranavadagi BB. Study on serum cortisol and perceived stress scale in the police constables. J Clin Diagn Res. 2015; 9(2): BC10-4. https://doi.org/10.7860/JCDR/2015/12015.5576Links ]

17. Barros VS, Araújo W, Jesus MVS, Damaceno TO, Rocha RM, Fernandes JD, et al. Database of the study "Perceived stress in women with metabolic syndrome: a cross-sectional study"”. Mendeley Data, 1. 2023. https://doi.org/10.17632/knbbjzz3mr.1Links ]

18. Silva-Júnior AC, Cruz DP, de Souza Junior EV, Rosa RS, Cardoso IS. Repercussoes da prevalencia da síndrome metabólica em adultos e idosos no contexto da atengáo primária. Revista de Salud Pública. 2018. 20 (6): 735-740. https://doi.org/10.15446/rsap.V20n6.65564Links ]

19. Vigna L, Brunani A, Brugnera A, Grossi E, Compare A, Tirelli AS, et al. Determinants of metabolic syndrome in obese workers: gender differences in perceived job-related stress and in psychological characteristics identified using artificial neural networks. Eat Weight Disord. 2019; 24(1):73-81. https://doi.org/10.1007/s40519-018-0536-8Links ]

20. Olguin P, Fuentes M, Gabler G, Guerdjikova AI, Keck PE Jr, McElroy SL. Medical comorbidity of binge eating disorder. Eat Weight Disord 2017;22(1):13-26. https://doi.org/10.1007/s40519-016-0313-5 [ Links ]

21. Emdin CA, Khera AV, Natarajan P, Klarin D, Zekavat SM, Hsiao AJ, et al. Genetic Association of Waist-to-Hip Ratio With Cardiometabolic Traits, Type 2 Diabetes, and Coronary Heart Disease. JAMA. 2017. 14;317(6):626-634. https://doi.org/10.1001/jama.2016.21042Links ]

22. Ortega-Montiel J, Posadas-Romero C, Ocampo-Arcos W, Medina-Urrutia A, Cardoso-Saldaña G, Jorge-Galarza E, et al. Self-perceived stress is associated with adiposity and atherosclerosis. The GEA Study. BMC Public Health. 2015. 14;15:780. https://doi.org/10.1186/s12889-015-2112-8Links ]

23. Holvoet P. Stress in obesity and associated metabolic and cardiovascular disorders. Scientifica. 2012. https://doi.org/10.6064/2012/205027Links ]

24. Aschbacher K, Kornfeld S, Picard M, Puterman E, Havel PJ Stanhope K, et al. Chronic stress increases vulnerability to diet-related abdominal fat, oxidative stress, and metabolic risk. Psychoneuroendocrinology 2014; 46, 14-22. https://doi.org/10.1016Zj.psyneuen.2014.04.003Links ]

25. Kuo L, Kitlinska J, Tilan J, Li L, Baker SB, Johnson MD, et al. O Neuropeptídeo Y atua diretamente na periferia do tecido adiposo e medeia a obesidade induzida pelo estresse e a síndrome metabólica. Nat Med. 2007. 13: 803-811. https://doi.org/10.1038/nm1611Links ]

26. Slagter SN, van Vliet-Ostaptchouk JV, Vonk JM, Boezen HM, Dullaart RP, Kobold AC, et al. Associations between smoking, components of metabolic syndrome and lipoprotein particle size. BMC Med. 2013; 11:195. https://doi.org/10.1186/1741-7015-11-195Links ]

27. Gowey MA, Khodneva Y, Tison SE, Carson A, Cherrington AL, Howard VJ, et al. Sintomas depressivos, percepgáo de estresse e saúde metabólica: o estudo REGARDS. Int J Obes. 2019; 43, 615-632. https://doi.org/10.1038/s41366-018-0270-3Links ]

28. Janczura M, Dropinski J, Gielicz A, Kotula-Horowitz K, Iwaniec T, Stanisz A, et al. Potential roles of psychological and oxidative stress in insulin resistance: a cohort-based study. Diabetol Metab Syndr. 2020; 12:58. https://doi.org/10.1186/s13098-020-00566-8Links ]

29. Aboonabi A, Meyer RR, Singh I. The association between metabolic syndrome components and the development of atherosclerosis. J Hum Hypertens. 2019 ;33(12):844-855. https://doi.org/10.1038/s41371-019-0273-0Links ]

30. Santos ISC, Boery RNSO, Fernandes JD, Rosa RS, Ribeiro ÍJS, Souza AS. Factors associated with metabolic syndrome and quality of life of adults in a northeast brazilian municipality. Rev Cuid. 2021;12(2): e.1678. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.1678Links ]

*Como citar este artigo: Barros, Vinicius Santos; de Araújo, Wilkslam Alves; de Jesus, Marcos Vinicius Santos; Damaceno, Taynnan de Oliveira; Rocha, Roseanne Montargil; Fernandes, Josicélia Dumêt; Rosa, Randson Souza; Santos, Isleide Santana Cardoso. Estresse percebido em mulheres com síndrome metabólica: um estudo transversal. Revista Cuidarte. 2023;14(1):e2634. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.2634

Recebido: 26 de Janeiro de 2022; Aceito: 14 de Dezembro de 2022

*Correspondéncia: Vinicius Santos Barros, Email: vinni.vieira@hotmail.com

Conflito de Interesses:

Os autores declaram que náo há conflitos de interesses.

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons