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Trabajo social

versión On-line ISSN 2256-5493

Trab. soc. vol.23 no.2 Bogotá jul./dic. 2021  Epub 27-Abr-2022

https://doi.org/10.15446/ts.v23n2.91200 

Reseñas

Intervenção Comunitária. Conhecimentos e Práticas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

HÉLIA BRACONS* 

*Doutora em Serviço Social. Professora Auxiliar no Instituto de Serviço Social da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Lisboa, Portugal.

Nunes, Maria Natália. Ana Maria, Viana; Serra, Nuno; Amaro, Rogério Roque. Lisboa: :, Edições Santa Casa, ,, 2017. , 136 pp.


O livro Intervenção Comunitária. Conhecimentos e Práticas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa surge no âmbito de um estudo desenvolvido no Centro de Investigação Científica e Aplicada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e tem como propósito apresentar a conceção, a operacionalização, o acompanhamento e a avaliação de um modelo de desenvolvimento comunitário, que possa vir a ser sistematizado e aplicado nos processos de intervenção social comunitária, desenvolvido pelas equipas da Instituição.

O livro está estruturado em quatro capítulos, iniciando-se com uma introdução onde é contextualizado o trabalho realizado, do ponto de vista teórico e metodológico em que se fundamenta o modelo proposto, no âmbito do desenvolvimento comunitário.

No primeiro capítulo, intitulado Os principais desafios sociais do século XXI são apresentados os principais desafios da sociedade atual perante os quais se deve situar a missão da SCML, tendo como referência o conceito de desenvolvimento comunitário. Este capítulo aborda quatro pontos essenciais: a evolução geral dos desafios sociais desde início do século até à atualidade; situa o papel do Estado social em Portugal tendo em conta a missão da SCML; identifica e discute alguns dos principais problemas e desafios da sociedade portuguesa que a missão da SCML continua a enfrentar na cidade de Lisboa e para o qual o modelo de intervenção comunitária desempenha um papel fundamental e crucial e por último, procede a uma primeira abordagem do conceito de desenvolvimento comunitário, fazendo uma breve explanação histórica do conceito e dos modelos de intervenção que lhes correspondem, particularmente no caso português.

O segundo capítulo, A missão social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa: génese, evolução e paradigmas de resposta retrata e carateriza a génese e a evolução da missão social da SCML, o seu âmbito de atuação, o quadro de relações que foi estabelecendo com o Estado e o modo como coexistem, na instituição, diferentes paradigmas de resposta de intervenção social, abordando, assim, o paradigma de intervenção assistencialista, o paradigma providencialista e o paradigma emancipatório. No fim do capítulo é enquadrado o lugar do desenvolvimento comunitário na missão da SCML, enquanto abordagem metodológica de matriz territorial, no âmbito da ação social. 402 As Experiências de intervenção comunitária na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa são abordadas no terceiro capítulo. Começa-se por identificar as experiências levadas a cabo em matéria de intervenção comunitária, considerando os projetos desenvolvidos a partir dos anos setenta, enquadrando os projetos e as experiências em tipologias de intervenção predefinidas e quadros conceptuais e metodológicos propostos. Por fim, procede-se a uma explanação de ensinamentos, interrogações e boas práticas advindas dos projetos e experiências de desenvolvimento comunitário, permitindo confirmar que estas experiências foram sedimentando um capital de conhecimento muito relevante, tendo em conta os desafios sociais atuais, o que permite equacionar um modelo de intervenção comunitária suscetível de ser adotado e melhorado pela instituição.

No capítulo quarto Um referencial de intervenção comunitária em contextos urbanos desfavorecidos, são apresentados os conceitos de referência, o de desenvolvimento comunitário, enquanto o conceito central e nuclear do estudo desenvolvido e os conceitos de intervenção comunitária, animação comunitária e trabalho comunitário. De seguida, os princípios estratégicos fundamentais do desenvolvimento comunitário são elucidados: o princípio da territorialização, da eficácia, da endogeneização, da participação, do empowerment, da integração, da flexibilidade e da sustentabilidade. São apresentadas ainda, as implicações e as orientações metodológicas de um processo de implementação concreta de um modelo de Desenvolvimento Comunitário, relacionando-as com os princípios estratégicos referidos anteriormente.

Nas considerações finais, os autores interpelam-nos para a presença, no início do séculoXXI de novos problemas e desafios profundos, que exigem uma perspetiva sistémica e integrada, que obriga a inovar nos conceitos de referência, nas metodologias de análise e nas próprias práticas de intervenção social. Assim:

"O desenvolvimento comunitário, enquanto conceito que implica uma metodologia de proximidade, de participação e de autonomização, de corresponsabilização, de parceria e de abordagem multidimensional e integrada da realidade [...] surge como um caminho promissor para encarar muitas das questões e dos desafios enunciados". (116)

Neste contexto, o desenvolvimento comunitário surge enquanto: "Estratégia por excelência para trabalhar em rede e recolher os benefícios da participação de todos os interessados no seu próprio desenvolvimento" (II).

Para todos os profissionais de intervenção social que no seu quotidiano são interpelados e mobilizados a participar ativamente em contextos urbanos vulneráveis e desfavorecidos "enfrentando problemas sociais e desafios profundos e complexos, de natureza ambiental, cultural, económica, territorial, cognitiva e política" (116), é um livro que importa, este, ser lido e refletido.

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