Resumo

FAVARON, Pedro. Poesia e território em José María Arguedas: A ecopética andina de Os rios profundos. La Palabra [online]. 2022, n.44, 04.  Epub 31-Mar-2023. ISSN 0121-8530.  https://doi.org/10.19053/01218530.n44.2022.14713.

Este artigo tenta repensar Os rios profundos (1958) de José María Arguedas (1911-1969) a partir das preocupações ecológicas que marcam nosso tempo, a fim de dar conta da contribuição insubstituível e da validade do escritor e antropólogo andino. Em conversa com algumas de suas reflexões antropológicas e lingüísticas, e destacando alguns aspectos particulares de sua biografia, é proposto realizar uma hermenêutica ecopética do romance de Arguedas. A reflexão ecológica de Arguedas baseia-se em sua própria sensibilidade indígena e em uma racionalidade afetiva que lhe permite compreender que todos os seres vivos são portadores de consciência, afeto e linguagem. Desta forma, o trabalho de Arguedas abre epistemologias e ontologias que, longe do paradigma hegemônico da modernidade cientista e positivista, concebem a profunda e íntima interdependência do ser humano com o tecido da vida.

Palavras-chave : ecopética; quíchua; tradução intercultural; conhecimento indígena; tecido sagrado da vida.

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