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Revista Colombiana de Sociología

versão impressa ISSN 0120-159X

Resumo

ROMERO LEAL, Karen Lorena. Condições de produção de um boom da literatura testemunhal do sequestro na Colômbia. Rev. colomb. soc. [online]. 2017, vol.40, n.1, pp.161-186. ISSN 0120-159X.  https://doi.org/10.15446/rcs.v40n1.61957.

Na Colômbia, no final da primeira década do século xxi, produziu-se um auge de literatura testemunhal do sequestro, cujos autores eram políticos, membros da Força Pú blica e estrangeiros vinculados à luta contra o narcotráfico. Eles constituíram um grupo nomeado comumente de “los canjeables” (“os intercambiáveis”), visto que seu cativeiro respondeu a uma estratégia da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Co lômbia (farc), estabelecida durante as negociações de paz do Caguán (1998-2002); esta consistia em sequestrar, durante longo tempo, personagens públicos, militares e policiais, a fim pressionar um intercâmbio humanitário. Este artigo se orienta a delinear as condi ções de produção do auge de literatura testemunhal do sequestro dos “intercambiáveis” no contexto político e mediático da Colômbia, entre 2002 e 2010, bem como a estreita relação da indústria editorial globalizada com a publicação de testemunhos, difundidos amplamente no âmbito internacional. Assim, a principal pretensão analítica deste traba lho é demonstrar que os textos testemunhais são construções culturais delimitadas num contexto social e cultural específico de produção, e que respondem à maneira como a sociedade se organiza simbolicamente. Para isso, foi necessário entender como o auge da memória induz a que sejam criados produtos culturais direcionados ao passado e que revelam eventos traumáticos da história do conflito armado na Colômbia. A metodologia consistiu na revisão de fontes primárias e secundárias escritas e a realização de entrevistas a jornalistas e a conhecedores do mundo editorial, com o objetivo de estabelecer um con texto de produção dos livros testemunhais considerados objetos culturais.

Um dos principais achados foi que o auge da literatura testemunhal do sequestro dos “intercambiáveis” respondeu ao clima ideológico do país durante a presidência de Álvaro Uribe Vélez, período no qual as farc chegaram a ser o inimigo interno da nação, razão pela qual os depoimentos que denunciaram seus crimes tiveram um eco massivo nos meios informativos de caráter privado e, em geral, na opinião pública colombiana.

Palavras-chave : farc; governo de Álvaro Uribe Vélez; indústria editorial; literatura testemunhal; meios de comunicação; sequestro..

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