Objetivo:

O artigo procura analisar a formação e o desenvolvimento dos acordos comerciais que a filial argentina do Fondo de Cultura Económica (FCE) celebrou durante seus primeiros dez anos de funcionamento (1945-1956) e como isso afetou a circulação das diferentes produções editoriais. Este é analisado no quadro do colapso da indústria editorial espanhola e do surgimento de novos centros de produção na América Latina durante as décadas de 1930 e 1940, que serviram de palco para a internacionalização de diferentes editoras da região, com destaque para o caso da editora mexicana Fondo de Cultura Económica.

Metodologia:

Retornando à importância da contingência histórica como um quadro para a mudança histórica, o estudo concentra sua atenção nas mudanças nas estratégias comerciais iniciais adotadas pelos diretores editoriais à luz dos vários problemas econômicos e políticos que enfrentaram durante os anos do primeiro peronismo.

Originalidade:

O estudo das estratégias de expansão internacional utilizadas por diversas editoras latino-americanas durante meados do século XX foi um aspecto pendente na historiografia sobre o assunto, devido à dificuldade de obtenção de fontes documentais para conhecer em profundidade e detalhadamente a evolução de esses tipos de táticas. É por isso que esta investigação é útil para mergulhar nas adaptações comerciais e editoriais que definiram a dinâmica do mundo editorial latino-americano na época.

Conclusões:

Este trabalho permite compreender a forma como a sucursal argentina da FCE funcionou como um nó de comunicação entre as indústrias e os mercados editoriais do México e da Argentina. Ao mesmo tempo, é possível compreender as transformações editoriais pelas quais passou o FCE diante das mudanças econômicas globais e as medidas adotadas pelo governo chefiado por Juan Domingo Perón.